segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Origami do Medo


Pobre pássaro que tem os olhos fixos  no céu.
Talvez descubras, que és mera criatura
Tão frágil, assim, feita de papel!

Teu desejo é como o meu
De um dia quiçá voar
Para perto daqueles teus
Rejeitando apenas sonhar!

Tuas cores são tão belas
Que encantas o coração.
Tingido de uma cor amarela,
Não arriscas nenhuma ação!

Ora, tu que olhas o céu
Com tamanha devoção,
Esqueça que és papel
E ouve teu coração!

Não subirás se quer um metro
Se não crês em ti mesmo.
Vai e faz o que é correto
E abandona esse medo.

É medo nessas cores?
Medo de voar, pairar, cair?
Medo de Amores?
Ou medo de Agir?

Então pare e esqueça!
Desista dos sonhos de voar por entre o céu.
E desce sujo, Jogado na sarjeta!
  Serás eternamente mísera bola de papel


[R. Nunes]

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