Despojo-me dos sonhos.
Abraço o porvir.
Saúdo as novas lágrimas
Que insistem em cair
Desprendo o prisioneiro,
Mergulho-o ao chão.
Que se afogue demasiado inteiro
Cujo nome é coração
Mil ou mais palavras escritas,
Dez mil sinceras que outrora foram ditas
Borra a tinta sobre o papel,
Nestas cartas, agora, líquidas.
Junte-as se possível.
Restaure-as e lhes dê vigor.
Talvez tu as ressuscite.
Mas já está mais do que morto aquele Amor.
Toma tuas desculpas:
Chuva, suor, rio e mar.
Enquanto tentas esconder
Que as borraste de tanto chorar.
[R. Nunes]
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